terça-feira, 8 de março de 2011

O que há por trás do barramento do Pirulito?

Muito me espantou quando eu vi a notícia de que o zagueiro Alex Silva havia sido colocado no time reserva no último treino coletivo do São Paulo, comandado pelo técnico Paulo César Carpegianni. Ao meu ver, trata-se do melhor zagueiro tricolor no momento, tendo em vista que Miranda ainda está voltando ao melhor de sua forma.
O técnico tricolor só dará entrevistas na quarta - feira, mas já disse que o motivo da barração fora a vontade de dar mais sequência de jogo a Xandão. Ora, mas por que tirar logo o Alex? E por que o Pirulito não ficará nem no banco contra o Ituano, como já fora antecipado? Isso sem contar que, pelo que fora apresentado até aqui em 2011, parece loucura colocar Xandão no lugar de Alex Silva. Considero Xandão um bom zagueiro, mas seu começo de 2011 é terrível, falhando em diversos gols adversários.
Em entrevista concedida ao site Globoesporte.com, Alex diz que, provavelmente, sua barração tenha sido em virtude de suas faltas nos treinos de sexta e sábado. Segundo ele, suas faltas foram por causa de seu filho, que adoecera, e que suas ausências já haviam sido justificadas junto à diretoria e à comissão técnica. Se for isso mesmo, considero um absurdo tal punição. Um jogador é ser humano como qualquer outro, e a saúde de seus filhos deve sim vir antes de qualquer outra coisa - inclusive de compromissos profissionais. E mesmo se fosse apenas um caso de indisciplina, seria melhor se tivessem-no punido financeiramente. Tirar um zagueiro do nível de Alex Silva, para colocar Xandão, que atravessa uma fase terrível, é punir a própria equipe.

domingo, 6 de março de 2011

O Paulistão começa a afunilar

O Campeonato Paulista chegou a sua 11ª rodada. E agora tem novo líder. O Corinthians foi até Lins e venceu o Linense por 2x0, graças a um gol contra e outro de Liédson. O camisa 9, aliás, parece nem se lebmrar do tal "período de readaptação" ao futebol brasileiro, fazendo gol em quase todos os jogos. O time do Parque São Jorge ainda foi beneficiado pelo tropeço do até então líder Mirassol, que ficou no 2x2 em casa, contra o Noroeste, e caiu para o 2º lugar.


Quem se aproximou foi o São Paulo, que foi ao ABC e venceu o São Caetano por 2x0, com gols de Rhodolfo e Jean, e agora está em 3º lugar, com três pontos a menos que o Corinthans, podendo assumir a liderança já na próxima rodada.
Em outro confronto Capital x ABC, o Palmeiras decepcionou e não saiu do 0x0 contra o vice-lanterna Santo André, no Pacaembu. Com o resultado, o alviverde caiu para o 5º lugar, com 22 pontos, acumulando 3 jogos sem vencer pelo Estadual. Aliás, venceu apenas uma partida nas últimas 5 rodadas do Paulistão.
Já o Santos cumpriu bem o seu papel. Foi a Itápolis e venceu o Oeste por 2x0, dois gols de Zé Love. A equipe da Baixada passou o Palmeiras nos critérios de desempate e agora ocupa a 4ª colocação na tabela.
No meio de semana, teremos a ressaca pós-carnaval, com uma rodada cheia. Dos quatro grandes, só o Palmeiras joga fora de casa. Talvez seja um bom preságio, já foi o único que jogou em casa no final de semana e o foi o único que não venceu.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Por que não pode ser diferente?


Eliminação de um campeonato é sempre muito ruim. Quando o campeonato em questão é simplesmente a cobiçadíssima Copa Libertadores, pior ainda.

Mas, por que no Corinthians tem que ser tão catastrófico? É bem verdade que no caso dos corinthianos, a pressão pelo título é bem maior que em outros clubes, pelo fato de carregar o estigma de ser o único dos quatro grandes clubes de São Paulo que nunca conquistou o título mais importante do continente.

Vamos dar um exemplo do quanto isso pesa. Se fossem São Paulo, Santos, Grêmio ou Cruzeiro, por exemplo, que tivessem empatado em casa com o Tolima, o impacto seria menor, pois tratam-se de clubes com muita tradição internacional e, querendo ou não, é essa mesma tradição que faz com todos acreditem que a equipe pode reverter uma situação do tipo. Ninguém duvidaria que um Cruzeiro não conseguisse vencer um clube desconhecido, mesmo que fora de casa. Mas e o Corinthians? O histórico de fracassos em competições internacionais faz com que qualquer tropeço em casa faça com que todos logo pensem: "será que vai acontecer de novo?". Resumindo, para o Corinthians, qualquer tropeço na Libertadores já é logo visto como uma trajédia anunciada. Assim sendo, a pressão sobre cada um ali dentro acaba sendo bem maior que em outros clubes.

Agora, você deve se perguntar sobre o título deste post. O que eu quero questionar é a sequência que sucede cada fracasso alvinegro em terras sul-americanas. Fortes pressões de torcidas organizadas, com direito a invasão à treinos e tudo mais (engraçado é que o torcedor comum não costuma ter o privilégio de conhecer as instalações de seu clube). Acabamos sendo apresentados a um transtorno bipolar, no qual Ronaldo, outrora aclamado, e Roberto Carlos, exaltadíssmo em 2010, passam a ser "expulsos" pela torcida.

Não quero aqui, de forma alguma, achar que as torcidas devam encarar uma eliminação de Libertadores como algo normal. Mas, não seria sensato param os corinthianos não serem tão extremos como estão sendo e costumeiramente são? Quem sabe assim os jogadores alvinegros não entram em campo com mais tranquilidade para reverter resultados como o empate em casa contra o Tolima? Entrar em campo num clima de "ganhar ou morrer" diminui, e muito, as possibilidades de um atleta render ao máximo.

Agora é pra valer!

Iniciei este blog em 2010 como forma de começar a aplicar os conceitos aprendidos no meu amado curso de Jornalismo. Ao longo do 1º semestre, mantive uma certa frenquência nas postagens mas, após a Copa do Mundo, por uma série de fatores, tive de interromper os meus "trabalhos". Mas agora este blog está de volta, sendo encarado de forma ainda mais profissional que anteriormente.
Enfim, estamos de volta, from here to eternity!

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Copa furiosa!


Chegou ao fim a angústia espanhola: depois de tanto tempo ouvindo gozações de todos os lados, enfim a Espanha conquistou a Copa do Mundo.

A final contra a Holanda foi um jogo bastante disputado, embora não tenha sido uma das melhores partidas da Copa. Pelo contrário: foram poucas as chances de gol no primeiro tempo, com muitos cartões amarelos e jogadas até mesmo violentas, como a voadora de De Jong em Xabi Alonso, ao lado. Ainda assim, os poucos bons lances serviram de alento, como a cabeçada de Sergio Ramos, defendida por Stekelenburg, e chute de Robben, já perto do intervalo, que Casillas conseguiu salvar.

No segundo tempo, a Espanha teve nova chance com um chute de Xavi, que passou raspando. A Holanda respondeu, com Sneijder deixando Robben na cara do gol, mas Casillas salvou novamente. Os gols incríveis desperdiçados passaram a fazer parte do roteiro. Xavi cobrou escanteio, e Sergio Ramos, mesmo cabeceando sozinho, jogou para fora. Mais tarde, Robben apareceu novamente na cara do gol, após ganhar na corrida de Puyol. O zagueiro catalão, no entanto, conseguiu atrapalhar o atacante holandês, fazendo com que Casillas conseguisse sair do gol a tempo. E o jogo ficou mesmo no 0x0. Pela 3ª vez em 5 edições de Copa do Mundo, os 90 minutos não foram suficientes para definir o campeão.

Na prorrogação, como de costume, as equipes produziam com cautela. Ainda assim, Fábregas, para a Espanha, e Mathijsen, para a Holanda, continuaram a sina de gols perdidos. Na segunda parte, o zagueiro Heitinga fez falta em Iniesta, levou o segundo cartão amarelo e foi expulso. E o próprio Iniesta apareceria de forma ainda mais evidente: após jogada rápida, Fábregas tocou para o meio-campista do Barcelona, que bateu cruzado: Espanha 1x0.

Pela primeira vaz na história, Madri será a morada da taça do mundo. Justiça há um país que há tanto tempo merecia essa coroação. A Copa do Mundo ganha seu oitavo campeão. Um campeão justíssimo. Para a Holanda, além da dor da terceira derrota em finais, fica ainda o gosto amargo de passar a ser o único país importante do mundo da bola que ainda não ganhou uma Copa do Mundo. Que também seja apenas uma questão de tempo.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Uma final laranja e furiosa


Eis que são definidos os dois países que, no próximo domingo, estarão no Soccer City, em Johanesburgo, para decidir o campeão do mundo em 2010. E, de qualquer forma, teremos um campeão inédito, com Espanha ou Holanda finalmente saindo da fila, algo que, ao meu ver, já é merecido para ambos os lados há tempos.

Na terça, Holanda e Uruguai se enfrentaram, na Cidade do Cabo, em busca de uma final que seria a terceira para ambos os lados (embora a Copa de 1950 não tenha tido uma final, de fato, sendo decidida num quadrangular). A Holanda saiu na frente, com um gol de Van Bronckhorst, batendo de fora da área. Também de longe, Diego Forlán empatou pra a Celeste, ainda no 1º tempo. Na segunda etapa, o Uruguai voltou um pouco melhor, mas tinha dificuldades para concluir. Já a Holanda, não era nem sombras da equipe que venceu o Brasil. Mesmo assim, chegou ao segundo gol. Em sua jogada característica, Arjen Robben bateu, a bola desviou em Maxi Pereira e entrou. Os uruguios reclamram bastante, pois Van Persie, que não tocou na bola, mas participou da jogada, estava em posição irregular. Logo na sequência, veio o terceiro gol laranja, novamente marcado por Robben, após passe de Dirk Kuyt. O Uruguai foi para cima e ainda conseguiu marcar o segundo gol, com Maxi Pereira, já nos acréscimos. Mas não havia tempo: após 32 anos, a Holanda está de volta a uma final de Copa do Mundo.

Na outra semifinal, a Espanha, grande favorita, ao lado do Brasil, antes do início do torneio, enfrentou a Alemanha, que lhe "roubou" o favoritismo, massacrando adversários de respeito e apresentando um futebol envolvente. Futebol esse que não apareceu em Durban. Ao contrário do que havia feito contra Inglaterra e Argentina, os alemães respeitaram demais a Espanha e pagaram um alto preço por isso. Mesmo criando boas chances no primeiro tempo, a Fúria não conseguiu tirar o zero do placar. E o segundo tempo foi na mesma toada, a não ser por um momento em que a superioridade espanhola foi ainda maior, com o gol só não saindo por caprichos dos deuses da bola. Mas, aos 27, enfim, sai o gol: Xavi cobra escanteio, e Puyol, de cabeça, manda para as redes. Mesmo depois do gol, a Alemanha não conseguiu voltar a ser aquele mesmo time que encantou ao longo de todo o Mundial e deu clara impressão de que conquistaria o tetra. Não conquistará. Pela primeira vez na história, a Espanha está na final da Copa do Mundo. Uma final que colocará frente-a-frente a Laranja Mecânica contra a Fúria espanhola. O Velho Mundo ficará pequeno.

domingo, 4 de julho de 2010

Supremacia europeia



A América do Sul teve 5 representantes na Copa do Mundo 2010: Brasil, Argentina, Ururguai, Paraguai e Chile. Todos foram além além da 1ª fase, e o único que caiu nas oitavas foi o Chile, em um duelo "caseiro" contra o Brasil.

Porém, nas quartas-de-final, o "império" sul-americano na África caiu. Em um duelo de gigantes, Argentina e Alemanha repetiram o confronto que ocorreu na mesma fase há quatro anos. E, assim como em 2006, os "hermanos" viram chegar ao fim o sonho do tricampeonato. Logo no começo do jogo, Tomas Müller fez 1x0 para os alemães, placar que persistiu por toda a 1ª etapa. No 2º tempo, os argentinos começaram arriscando mais, enquanto a Alemanha tentava segurar a vantagem no marcador. Até que, aos 23 minutos, Miroslav Klose fez o segundo gol alemão. Cinco minutos mais tarde, Friederich fez 3x0, praticamente colocando a Alemanha nas semifinais. Ainda houve tempo para Klose marcar mais uma vez e dar o golpe de misericórdia: 4x0. Maradona se despedia de sua primeira Copa do Mundo como treinador de forma humilhante. Messi seguia a sina de outros nomes, como Ronaldinho e Figo, que chegaram em mundiais como os melhores do mundo, mas decepcionaram. Já os germânicos, se fortaleceram ainda mais, após eliminar dois concorrentes ao título com goleadas históricas, e já passam a ser dados por muitos como os grandes favoritos ao título.

Um dia antes, foi a vez de o Brasil dar adeus a África do Sul. Diante da Holanda, a seleção pentacampeã abriu o placar no começo do jogo, com gol de Robinho, após lindo lançamento do sempre criticado Felipe Melo. E dominou todo o 1º tempo, porém, desperdiçando as oportunidades de ampliar e ficar mais próxima das semifinais. E pagou muito caro por isso, pois, no 2º tempo, a Holanda voltou outro time. Aos sete minutos, cruzamento na área brasileira e Felipe Melo desvia para as próprias redes: era o empate holandês. O Brasil sentiu muito o gol, e pouco produziu depois deisso. A Holanda, ao contrário, cresceu no jogo, até que, aos 22 minutos, após outro cruzamento, Sneijder, de cabeça, virou o jogo, 2x1. Se já havia sentido o empate, o Brasil se descontrolou totalmente após a virada, ao ponto de Felipe Melo dar um pisão em Robben e ser expulso, justificando o temor de muitos brasileiros desde que o jogador fora convocado. Felipe, aliás, viu o céu e o inferno no mesmo jogo: deu o grande lançamento que resultou no gol de Robinho, marcou um gol contra e foi expulso. No mais, o que se viu foi um Brasil desesperado, sem condições alguma de reverter a situação, e uma Holanda consciente de que só precisaria esperar o tempo passar. Terminava assim o sonho verde e amarelo de ganhar sua terceira Copa do Mundo fora da América.

Outro sul-americano que comprou a passagem de volta para o lado de cá do Atlântico foi o Paraguai, que caiu diante da Espanha, em um jogo emocionante e, mais uma vez, com arbitragem desastrosa. Após um 1º tempo em que as marcações prevaleceram, a segunda etapa foi emocionante. Aos treze minutos, pênalti para o Paraguai: Óscar Cardozo cobra, mas Casillas defende. Na sequência, outro pênalti, dessa vez, inexistente e marcado a favor da Espanha. Xabi Alonso cobrou e marcou, mas a cobrança foi invalidada, devido a invasão na área. Curiosamente, também houve invasão à área no pênalti desperdiçado pelos paraguaios, mas a arbitragem fez vistas grossas. Quando Xabi Alonso cobrou novamente, Villar defendeu, segurando o placar em branco. Mas a lambança da arbitragem não acabou aí: no rebote, Fábregas sofreu pênalti claro, que não foi marcado. E o final dessa história não poderia ser mais emocionante. Iniesta faz grande jogada, toca para Pedro, que manda na trave. No rebote, David Villa, sempre ele, marca para a Espanha. A bola ainda bate nas duas traves, antes de entrar. Chegava ao fim a melhor campanha paraguaia em Mundiais. Já a Espanha, chega pela segunda vez na história entre os quatro melhores, mantendo vivo o sonho de, enfim, sair da fila.

E por pouco a América do Sul não ficou totalmente de fora das semifinais, como ocorreu em 2006. E o desastre só não se repetiu graças às novas "manos de díos". Em um jogo apontado por muitos como o melhor até agora, Gana e Uruguai se enfrentaram para definir o adversário da Holanda. Nos acréscimos do 1º tempo, Muntari abriu o placar para os africanos. Mas, já no início da segunda etapa, Diego Forlán, cobrando falta, empatou para a Celeste. Nenhuma equipe conseguiu se sobrepor à outra, e a partida terminou mesmo no 1x1, indo para a prorrogação. E o momento mais emocionante da Copa 2010 ocorreu exatamente no último minuto da segunda parte. Após bate - e - rebate na área uruguaia, o atacante Luís Suarez espalma a bola, em cima da linha, evitando o iminente gol ganês: pênalti e cartão vermelho. Na cobrança, Asamoah Gyan carimba o travessão, e a vaga que estava tão próxima acabou parando na loteria dos pênaltis. Por aquelas ironias do futebol, a primeira cobrança de Gana foi executada pelo próprio Gyan, que, desta vez, converteu com perfeição. Porém, na sequência, brilhou a estrela do goleiro uruguaio Muslera, que defendeu duas cobranças ganesas e garantiu o Uruguai de volta às semifinais de Copas do Mundo após 40 anos. Enquanto isso, Gana via chegar ao final, de forma incrível, o sonho de ser o primeiro africano entre os quatro melhores. Quem sabe em 2014?